Se
há coisa que me deixa a pensar é quando me dizem;
-
Tenho centenas de discos de vinil no sotão que eram do meu avô e
nunca os ouvi! Estão lá arrumadinhos, como novos.
Fico
quase sem respiração, aguardo alguns segundos e quando não aguento mais, pergunto.
-Mas
gostas de ouvir música?
-Claro,
ligo umas colunas ao computador ou ao telemóvel, é muito mais
fácil.
Sei
que temos que respeitar este comportamento musical, mas tenho a
certeza que muita desta gente se tivesse uma oportunidade de
experimentar ouvir um destes discos num sistema HiFi ia sentir algo
emocionalmente muito forte.
O
simples fato de poder ouvir um disco que foi herança da família vai
despertar alguma curiosidade por este conceito. Depois a
magia do vinil faz o resto do trabalho, a qualidade, o detalhe e todo
o ritual que carateriza este mundo motiva qualquer um, mesmo aqueles
mais distraídos.
Das
coisas que mais gozo me dá é quando tenho visitas pegar num disco
de vinil, coloca-lo a tocar e reparar nas expressões, nos olhares e
nas perguntas que vão surgindo espontaneamente.
-
Ouçam lá um bocadinho disto. Lembram-se desta música?
Automaticamente
o bater do pé ou o abanar da cabeça começam a acompanhar aquele
ritmo e as reações são de quem está a passar por um bom momento,
talvez não o esqueçam tão rapidamente e passem esta mensagem nos
dias seguintes com os colegas de trabalho e com outros amigos em
conversas de café.
Será
esta a nossa missão? Nós, os que gostamos de ouvir música
podemos ser uma espécie de embaixadores dos discos de vinil, (agora
que há embaixadores para quase tudo) e provocar estes momento únicos
aos nossos amigos que têm fortunas incalculáveis guardadas em
caixotes nas arrecadações, quem sabe se mais tarde nos pedem ajuda
para escolher um Gira Discos!
Como
diz o outro, “ouvir música, provoca emoções, sentimentos e faz
bem à alma!”
Luis
Santos
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