O Estado da Arte XXXIV



Mas afinal como é?
por Rui Serra e Moura



“Está bem: isso é tudo muito certo, mas afinal como é? Qual é o estado da arte?” - diria enfim um qualquer leitor fiel que eventualmente (coitado!) me tivesse vindo a seguir ultimamente, nesta seca sobre a antropologia e a arqueologia musical com que o fiz envelhecer.

“Ó meu amigo, … o estado da arte é calamitoso! Está tudo pela hora da morte!! É o salve-se quem puder !!! – diria eu se fosse aparentado ou mesmo o próprio escriba a que dediquei uma menção honrosa com especial carinho aqui há um par de crónicas atrás, que – diga-se por curiosidade - entretanto publicou um livro de indiscrições, que como é muito comum nestes casos, revela mais sobre o próprio que sobre os visados. 


Mas como graças à infinita generosidade e complacência do altíssimo, efectivamente não sou este arquitectode teias e tramas, - coisa que como poderão imaginar, muito me compraz -, o que eu diria seria assim algo bastante diferente, e mais do género
“Ó meu amigo, … isso é muito complicado! É preciso compreender primeiro uma série de coisas!! É que tudo isso envolve imensos factores!!! – preparando-o já para a aplicação de toda uma nova e longa seca, toda uma nova, demorada e retorcida trajectória de envelhecimento.

No entanto, como é sabido, na realidade eu não disponho de leitores fiéis, e por isso mesmo, este meu amigo de que vos falo, é na realidade um simples peixe do meu aquário.
Sucede contudo que eu nem sequer tenho aquário, pelo que este meu amigo é apenas imaginário.
O que não é de todo imaginário, é eu projectar vir agora no futuro próximo, a debater-me com o assunto que dá o título a estes meus escritos.
Até breve.



Foto - electronic superhighway, london exhibitions 2016



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