O Estado da Arte XXXVI



Uma feita de Muitas (redundâncias e pleonasmos)
por Rui Serra e Moura


Recupero o título já usado na minha XVII crónica, para ilustrar a procura da resposta à seguinte questão: o que é então essa coisa da Indústria Musical?
É uma treta. É uma grande treta! …Criada e alimentada pelos media como diminutivo da indústria mas apenas da discográfica – como se não houvessem muitas outras indústrias ligadas à música!
É portanto um diminutivo muito redutor (passe o pleonasmo), de que quase toda a imprensa escrita e falada, no seu afã estiloso de sempre privilegiar a forma sobre o conteúdo, de sempre tratar com superficialidade os temas que aborda, e com deferência paternalista um público que presume ignorante, não tem qualquer prurido em utilizar.


Bastará pensarmos apenas um pouco, para percebermos que a Indústria Musical é muitíssimo mais que meramente a discográfica, e que esta talvez nem sequer seja a mais importante, a mais prevalecente.
Proponho por isso que me acompanhem num exercício rápido de elencar as indústrias musicais: 

- Teremos antes de mais, toda a indústria da construção e fabrico de instrumentos musicais;
- Teremos depois toda a indústria do ensino da música;
- Teremos ainda toda a indústria da construção de aparelhos de reprodução mecânica musical;
- Teremos finalmente a indústria editorial, que inclui mas não se resume à discográfica, que hoje definha moribunda mas só sob uma determinada perspectiva.

Naturalmente, temos também os negócios acessórios (por exemplo, imprensa e canais de difusão especializados) e os do retalho (lojas e redes de distribuição), mas penso que estas são actividades que se inscrevem mais no âmbito dos serviços do que de uma indústria propriamente dita. Estarei enganado? 
Ter-me-ei esquecido de alguma ou de alguém?
Até breve


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