O Estado da Arte XXXVII





Neste Natal, ofereça “a origem do mal”
por Rui Serra e Moura

“A” indústria é pois assim uma treta. Uma grande treta!
Diz tudo e não diz nada, e é exactamente isso o que se quer.
É um pouco como o conhecido adágio: “com um vestido preto, eu nunca me comprometo.”
Mas antes de seviciar devidamente esta ideia, e a própria indústria discográfica na generalidade, aproveitando o espírito da quadra natalícia que se aproxima, vou fazer como mecanicamente ordenam os técnicos assistentes de radiografias: “encha o peito de ar, … não respire, … não se mexa,” … … … até que por fim lá se ouve o tão esperado “já pode” – que é exactamente o mesmo que eu digo ao meu cão depois de lhe encher de ração a terrina.


Vou então deixar para mais tarde a abordagem a toda esta questão da indústria discográfica, e opto por antes deixar aqui algumas sugestões para prendas de natal: ofereçam música.
Ainda hoje me lembro quando recebi o “Trick of the Tail” dos Genesis, - a que jocosamente chamei de “a origem do mal” quando o apresentei a um aluno meu.
Entre as prendas que mais gostei de dar ao meu filho, está o primeiro trabalho dos Memória de Peixe há quatro ou cinco anos atrás – já não me lembro bem.
Do que me lembro e bem, é do Natal em que eu e o meu irmão recebemos um fabuloso órgão electrónico! Com ritmos e tudo!! Era um Lira.
Tinha sete ou oito sons diferentes, - todos praticamente iguais -, outros sete ou oito ritmos, - todos muito fatelas -, pesava quase tanto como o baú das ferramentas do meu pai, mas foi ele que foi de facto “a origem do mal”. 
O que nele, eu me fiz!

Feliz Natal, um excelente Ano Novo, e até breve.


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