Votos, queixas e empreitadas
por Rui Serra e Moura
(Atendendo ao novo inquilino da Casa Branca - a americana, não a alentejana -, acho que bem precisamos).
E reparem que o faço sem guardar qualquer azedume por ninguém me ter perguntado sobre o que é que fazia ali, na fotografia que acompanhava a minha anterior publicação, um bilhete para os Foo Fighters.
Naturalmente, tratava-se de uma sugestão para uma prenda natalícia, acaso algum dos meus prezados leitores me quisesse endereçar alguma. E por meus prezados leitores compreendo como já disse, a minha mãe – por devoção -, a minha mulher – por obrigação -, e já nem sequer o meu filho, mesmo se devidamente subornado. Adiante.
Preparava-me então eu, - antes desta quadra festiva que passou -, para desancar nesta ideia fútil e estapafúrdia mas muito mediatizada da “Indústria Musical”. É assim com prazer que retomo a empreitada.
Ora vejamos: já aqui tive oportunidade de ilustrar a não existência de uma, mas sim de várias indústrias musicais; e também já tive oportunidade de repudiar a circunscrição desta à de cariz editorial ou fonográfico. Até porque se bem atentarmos, no “Grande Esquema das Coisas”, - leia-se ao longo da história -, esta é pouco mais que episódica.
Como poderia eu, que nos dois anos anteriores, estive “p’ráqui” a gastar o meu latim, a esforçadamente procurar aferir e demonstrar a antiguidade da Música, aceitar com complacência que se fale assim em “indústria musical”, - no fundo, de uma coisa que apenas tem de existência cinco ou seis décadas -, quando acabo de afirmar que a Música (e pelo menos alguma indústria, portanto) existe há mais de quarenta?
E não, não são quarenta décadas nem sequer quarenta séculos; são mesmo quarenta milénios!
Até breve.
Comentários
Enviar um comentário