Perguntava
eu na última rúbrica pela “moral da história” do tal “banho
de realidade”, e porventura perguntar-se-á, o que é que isto tem
a ver com o que vinha discorrendo anteriormente sobre a Indústria?
Ora bem, a moral da história, é que a realidade musical do mundo em
que vivemos, está a meu ver bem retratada pela história que
relatei. Realidade ou ficção, a verdade é que estamos hoje quase
em permanência acompanhados de música. Mas todos nós? Todos os
dias? Claro que não. Quando escrevo “mundo em que vivemos”,
refiro-me mais ao mundo urbano que ao rural, e mais ao ocidental que
ao restante. Refiro-me sobretudo ao mundo urbano ocidental ou
ocidentalizado. E é nesta realidade, comum a múltiplas latitudes,
que a história que relatei se verifica, mesmo se com cambiantes. Por
exemplo, em Espanha, o peso da produção nacional de música nas
rádios, é muito maior que em Portugal. Agora, o que é que tem de
especial, e como é que se explica isto de hoje estamos de facto
quase permanentemente acompanhados de música? São estas as
perguntas a que procurarei responder a seguir, se entretanto não
vier a ser despedido por uso de um número excessivo de palavras. Até
lá.
por Rui Serra e Moura
... a
verdade é que estamos hoje quase em permanência acompanhados de
música.
... refiro-me
mais ao mundo urbano que ao rural, e mais ao ocidental que ao
restante.
... e
como é que se explica isto de hoje estamos de facto quase
permanentemente acompanhados de música?
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