O Estado da Arte – XI: Rodelas, gavetas e Júlio Verne



Então, o que é que tem de especial, o facto de hoje estamos quase permanentemente acompanhados de música? Para nós que estamos habituados, pouco ou nada. Mas basta pensarmos nos nossos avôs ou bisavôs, para percebermos como a realidade mudou radicalmente. E o que é que isso tem? Grande importância a meu ver. Costumo dizer aos meus alunos, que se por qualquer arte mágica, o meu falecido avô paterno, Maestro Laurentino Serra e Moura, nascido em 1879, quando no nosso país se instalava o telégrafo e o caminho-de-ferro, viesse a minha casa e me visse a pôr um simples CD a tocar, certamente que ficaria espantado e deslumbrado, por ver o neto colocar uma rodela prateada numa gavetinha, fechá-la, premir um botão, e ter um som tão forte como o de uma orquestra na própria sala, algo que para ele, seria decerto uma fantasia inimaginável e utópica. É que nem Júlio Verne, seu contemporâneo criador da ficção científica, se lembrou de tão sofisticado mecanismo. E isto significa que … vou ter de continuar a desenvolver a ideia daqui a duas semanas. Até lá.
por Rui Serra e Moura






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