Martial Solal o “Nobel do Jazz”




No outro dia um amigo telefonou-me bastante entusiasmado ao final do dia;
- Não marques nada para a noite de ….. , tenho uma surpresa para ti e para a tua mulher.
Claro que confirmei mesmo sem ver a agenda, ainda faltavam uns bons dias para aquela data mas a coisa prometia.

Dias depois encontramo-nos e ele deu-me um envelope branco, lá dentro estavam 2 bilhetes para um concerto de Martial  Solal na fantástica sala da Culturgest em Lisboa. Estava mesmo a precisar de um bom concerto de Jazz!
A sala repleta, no palco um belíssimo piano de cauda Steinway, e eis que entra Martial o mestre do piano Jazz. Todos de pé a aplaudir e ansiosos por um grande momento de música.
Foi uma noite cheia de energia, cada nota espalhada naquela sala enriquecia a alma de todos os presentes. O humor muito particular de Martial demonstrava a alegria dele em palco e contagiava o publico que se rendeu completamente e que de vez em quando numa ou outra pausa lá soltava uma gargalhada.
Um abraço ao meu Amigo.

Em 1999 Martial Solal recebeu o Prémio Jazzpar, considerado o “Nobel do Jazz”. Porque ele é, sem contestação, um dos maiores pianistas e compositores de jazz vivos. Porque ele é, sem contestação, uma das grandes figuras do jazz do século XX e do presente, um dos pais do “piano jazz”.
Sobre ele escreveu The Guardian: “desde os seus inícios, a obra de um dos músicos de jazz franceses mais célebres de todos os tempos, raramente se afastou do mais febril virtuosismo na improvisação e da mais alta distinção na composição. Solal nunca se tornou prisioneiro da ortodoxia formal do jazz e o seu fraseado nunca cessa de nos surpreender (…) Um espírito verdadeiramente livre que, depois de um caminho de mais de meio século, continua a explorar, ainda e sempre.”
Martial Solal tem hoje 86 anos. E resolveu retirar-se dos palcos. A temporada de 2013/2014 será a sua última temporada.
A Culturgest não podia deixar de fazer parte dessa digressão. E em solo, a mais arriscada forma de apresentação, mas onde Solal brilha como muito poucos. Um concerto histórico.”


Luis Santos



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