A História da Arte – XIX



Mel do pesado calhau, Stanley da arma na mão
por Rui Serra e Moura


Não, não se trata de um qualquer “combate do século”. É que enquanto ninguém acerta sobre quais são os únicos dois tipos de música que existem, lembrei-me que talvez me pudesse socorrer da sétima arte, para procurar perceber qual a origem da Música. 
E logo de imediato me vieram à memória duas obras seminais. 

Na primeira, o autor atribuía a origem da música à descoberta da beleza do som pleno de afinação e riqueza tímbrica, que um dos elementos de uma qualquer tribo no Paleolítico produzia, quando um pesado calhau o atingia nos pés. Refiro-me ao “A mais Louca História do Mundo”, de Mel Brooks, onde para grande divertimento do público, grande satisfação da tribo, e grande desgraça da vítima musicalmente dotada, era essa a sugestão avançada. 

Na segunda, e num campo diametralmente oposto, o autor avança como origem do despertar da consciência humana, a descoberta da arma. Refiro-me agora ao “2001 – Odisseia no Espaço” de Stanley Kubrick, baseado na obra de Arthur C. Clarke. 
Isto só tem interesse para a matéria que nos ocupa, na medida em que considero que nessa obra, e nesse aspecto, está perfeitamente retratada e com grande verosimilhança, a descoberta de um fenómeno e da sua utilidade, por um hominídeo na defesa do poço de água doce da sua tribo. E parece-me igualmente provável, que a descoberta dos múltiplos fenómenos acústicos com que a natureza nos brinda, sejam eles de ressonância, de afinação, de reverberação ou de repetição, - só para citar alguns -, tenha sido o despoletador do impulso manipulador ou recriador desses efeitos. 
Isto é bastante especulativo, claro está, mas eu só o posso debater assim que me disserem saber quais os dois únicos tipos de música que existem. 

Até breve.











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