A História da Arte – XVIII: "Um modo e dois tipos"




por Rui Serra e Moura

Porque estamos em época de eleições, - várias, parece-me bem -, e para que não me acusem de ser como certos políticos, que prometem, prometem, e não cumprem, avanço desde já que a resposta para a pergunta aqui deixada há cerca de quinze dias, é naturalmente pela Arqueologia. Mas não só. Também a Antropologia, na sua vertente mais cultural nos permitirá uma maior e melhor aproximação a uma realidade passada. Relembro que o que buscamos aqui, é falar sobre a História da Música, e que se torna a meu ver necessário, tentar perceber bem melhor ou a sua origem, ou a sua mais remota “pegada” na antiguidade, o que não é tarefa fácil. Mas o próprio modo como se descobre e desvenda a História, é uma ferramenta fundamental e indispensável para se lograr obter uma resposta consistente, para algo tão intangível como incontestável. Refiro-me ao que creio ser a clara e pacífica evidência de que já existiria música antes, muito antes do seu registo, fosse ele gráfico – em pautas, tablaturas e sistemas afins -, ou fonográfico.

Esse modo, é o do estabelecimento de múltiplas conexões, entre diferentes patamares do conhecimento humano, com vista a entender uma explicação como a mais provável e aceitável, até demonstração em contrário. Ou seja: é a articulação entre o que um artefacto arqueológico nos diz, e o que uma representação pictórica nos conta, contextualizada pelo conhecimento que já temos da realidade em estudo (época, região, etnia, civilização, etc.,), e pela documentação que o suporta, que nos leva a conclusões que muito frequentemente, mais do que nos explicarem o passado, explicam-nos o presente. E é deste modo que conseguiremos encontrar o rasto de uma maior ancestralidade na História da Música, que não apenas o da época clássica. Mas para isso, é preciso aceitar desde já que só há dois tipos de música.

Alguém sabe quais são?

Até breve.













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