A importância dos Preliminares (para Tótós e não só)



A História da Arte – XXVIII
por Rui Serra e Moura

“Eu sou uma incompreendida” – disse ela desolada.
“Não és nada”- procurou ele assegurar-lhe. “Apenas estou com alguma pressa, tenho imenso que fazer e …, queria tratar rapidamente do assunto”.
“Mas tu queres despachar-me, é? Pensas que eu sou de usar e deitar fora?”
“Não é nada disso” – disse ele já arrependido de se ver envolvido nesta confusão sem saber bem como. “É que …”
“Eu não sou nenhuma simplória, está bem?” – atalhou ela. “Sou até bastante sofisticada e completa. E se tu não tens tempo e paciência para mim, o problema é teu. Tu é que ficas a perder”.
E de facto assim era: ele é que ficava a perder. Mas quem é ele? E ela? Quem é?

Bem, como já se terá percebido, este é uma diálogo imaginário, como é bom de ver escrito depois do jantar, entre uma personagem feminina e uma outra masculina, que até poderiam ser, - já que nos ocupávamos de Antropologia -, respectivamente a já citada Drª. Temperance “Bones” Brennan, e o feioso do matulão sortudo. Mas não. Este diálogo imaginário passa-se entre a própria Antropologia, e um qualquer tótó de entre nós, que não faça a mais pequena ideia do que é esta ciência, e do modo como ela aborda a questão musical. E é por isso que importa perceber primeiro algumas coisas, nomeadamente o seu nascimento e a sua infância, o modo como se desenvolve e chega à maturidade, bem como os hábitos e processos que adopta neste particular, a exemplo do que anteriormente foi feito com a História, e sob pena de tudo confundirmos e de nada abarcarmos.

Claro que o que eu gostaria de perceber, é como é que ela se apresenta em frente ao espelho após o banho (a Drª. Temperance “Bones” Brennan, claro; não a Antropologia), mas isso é toda uma outra temática, de que conto me ocupar esta noite depois de adormecer. E se amanhã acordar com um olho negro, já sei que foi o feioso matulão sortudo que não convidado, também decidiu aparecer. 

Até breve.


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